Ofereci esta bolsa à minha mana, pelo seu aniversário -
aqui.
Um dia destes, numa lavagem precipitada, manchou-a. Ligou-me, contou-me com muita mágoa/tristeza o sucedido e pediu-me que desfizesse e refizesse a bolsa ou outra peça com a mesma utilidade, pois adorava o bordado.
Desfiz, separei e aproveitei o fecho/zíper e o bordado.
Lavei o bordado, tirei-lhe a cola da entretela e a cola da guata com muita calma (não é tarefa fácil) e depois de seco e passado, estava como novo.
Não sem dor. Custou, funguei, suspirei, não fui capaz de aproveitar tecido ou forro. Queria apagar o que restava... tinha sido uma peça à qual me tinha dedicado imenso (tal como a todas as outras), e estavam ainda muito presentes na minha memória, as costuras sobrepostas, os chuleados, as dobras, os cortes...
Confesso: foi tarefa difícil em termos físicos, mas mais difícil ainda em termos emocionais/afetivos. Nem preciso de acrescentar mais nada, penso que se compreende. Arrependi-me... ela devia ter mandado apenas o bordado... jurei para nunca mais...
Isto pensei/pensava eu, até ao dia em que...
Peguei no bordado e com toda a paciência, fiz um novo e outro tipo de saco. Qual Fénix renascida, agora ainda mais lindo! Dizem os meus olhos e os dela, também.
Depois de apreciar o trabalho feito e sempre que revejo as fotos - o saco já se passeia por terras nortenhas - sinto que as angústias e os arrependimentos estão mais do que esquecidos.
Mas, aviso-te: livra-te de outra! :)